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Sandra Caravana
– Copywriter –

Oh, não, mais um texto sobre o ChatGPT!  

Calma, calma. Take it easy. Até eu já recebi 16 e-mails do Neil Patel a falar sobre isto. Vamos por partes estudar o hype de 2023.  

Para os/as mais distraídos/as – o que é o ChatGPT? 

Primeiro resultado orgânico do meu Tio Google: Wikipédia. Lê-se: ChatGPT (Chat Generative Pre trained Transformer) é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI e especializado em diálogo. O chatbot é um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizagem supervisionado e por reforço. O modelo básico que foi ajustado foi o modelo de linguagem GPT-3.5 da OpenAI, uma versão melhorada do GPT-3. 

Sandra Caravana
– Copywriter –

Oh, não, mais um texto sobre o ChatGPT!  

Calma, calma. Take it easy. Até eu já recebi 16 e-mails do Neil Patel a falar sobre isto. Vamos por partes estudar o hype de 2023.  

Para os/as mais distraídos/as – o que é o ChatGPT? 

Primeiro resultado orgânico do meu Tio Google: Wikipédia. Lê-se: ChatGPT (Chat Generative Pre trained Transformer) é um protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI e especializado em diálogo. O chatbot é um modelo de linguagem ajustado com técnicas de aprendizagem supervisionado e por reforço. O modelo básico que foi ajustado foi o modelo de linguagem GPT-3.5 da OpenAI, uma versão melhorada do GPT-3. 

O título é auto-explicativo nesta parte: é um chat. Neste caso, estaremos a conversar com um  sistema de inteligência artificial, mas é um chat. E se nos responde, porque não falar diretamente  com ele?

Simpático, este ChatGPT. Podia usar a sua inteligência artificial para perceber que sou rapariga e  que me identifico com os pronomes femininos, até porque para utilizarmos o chat temos de fazer  login e eu iniciei sessão com a minha conta google e… ora lá está a minha fotografia! E todos os  dados e mais alguns que o Tio Google guarda sobre mim, mas … ok. Continuando:

Ok, confere com o primeiro resultado de investigação, a nossa velhinha Wikipédia. Até está bem  mais completo. Vamos continuar a conversar? 

Thumbs up. Well done, ChatGPT.  

Cool, não é? Eu também acho.  

Mas então, por que razão o ChatGPT gerou tanta controvérsia, tanta discussão, tantas  newsletters, tantas publicações nas redes sociais e tantos artigos escritos?  

And the winner is…  

Porque não somos nada sem a escrita.  

 

Tudo é comunicação e esta é trabalhada ao longo dos anos para ser cada vez mais inclusiva. A  escrita é a linguagem universal. Já foi em desenhos e, depois, passámos para a escrita,  aperfeiçoada por nós, pessoas humanas.

O medo é que o ChatGPT – e sistemas similares – venha substituir o trabalho de quem escreve:  serviços de copywriter, passado por serviços de tradução e edição, não esquecendo a  comunidade de marketing e, vejam só, até professores/as.  

Isso não vai acontecer, porque, como explica Neil Patel numa das suas newsletters:

And while I definitely want you to embrace AI in your content strategy, it fails to replicate the human emotion component that’s essential for marketing.

Neil Patel

Quais são as ameaças do ChatGPT aos profissionais das letras?  

  1. A escrita de textos e a sua utilização em marketing, redes sociais e obras académicas. 
  2. Concorrência ao maior motor de pesquisa: Google.  
  3. Criatividade humana menos exigente  

O ChatGPT vai escrever tudo por nós?  

Não, mas pode ajudar bastante.  

Ah, e tal, mas isso é batota.  

Bem… Vamos recuar uns anos, shall we?  

Quem se lembra da Diciopédia?

diciopédia

Lançada pela Porto Editora e pela Priberam em 1997, a Diciopédia é uma enciclopédia  multimédia que, no ano do seu lançamento, significava CD-ROM. Todos os anos, era lançada uma  nova edição, sempre atualizada. Para a geração Y (ou Millennials) isto era o atual Google. Para as gerações Z e Alpha, passo a explicar:

 

Era uma vez uma menina que pediu ao Pai Natal um computador. Como se portou muito bem  nesse ano, o Pai Natal não só lhe trouxe um computador novo, mas também a Diciopédia de  1999. Este computador era tão bom e tão novo que já não tinha porta para a disquete, mas sim  para CD/CD-ROM! Por isso, a menina ficou toda contente por ter a possibilidade de usar a  Diciopédia no seu próprio computador. Experimentou logo assim que as aulas começaram. A  professora de História pediu para fazerem um texto sobre Damião de Góis. Como estava muito  entusiasmada com os presentes de natal, a menina decidiu não ir para a biblioteca procurar livros  sobre Damião de Góis, mas sim, usar a Diciopédia nova. Introduziu então o CR-ROM no seu  computador, esperou que o programa arrancasse e digitou no motor de pesquisa da Diciopédia  ‘Damião de Góis’. Qual o seu espanto quando o programa lhe forneceu vários textos sobre  Damião de Góis. A menina só teve de copiar e colar para o seu documento word. O trabalho de  casa estava feito.  

Nota: história pela autora do texto e não pelo ChatGPT, apesar da falta de emoção, peripécia e  conflito.  

Esta história é-lhe familiar? Vá, pode admitir que sim, aqui que ninguém nos ouve…  

A última Diciopédia data de 2010, ano em que outro tipo de enciclopédia teve a sua ascensão  nas escolas portuguesas: a Wikipédia, uma enciclopédia online. E o resto, é história. Por mais  motores de pesquisa (ou busca) que existam, só um tornou o seu nome num verbo: Google.  Sejamos sinceros: quem nunca apresentou um trabalho na escola básica que fosse 87% os  primeiros três resultados do tio Google?  

Mas a questão é mais grave quando se trata de trabalhos académicos. 

Será mais grave? Sempre existiu o serviço de escrita de teses universitárias. Será aqui batota?  Hum… Também pagamos a um profissional para escrever textos técnicos nos nossos sites ou  blogs. Aqui, o ChatGPT pode ser um grande aliado, MAS…

A Google está assustada com as potencialidades desta nova era da IA. Já anunciou que lançará  brevemente o seu próprio chatbot, Bard, de seu nome. O objetivo do Bard é dar ao utilizador  uma resposta já completa ao que solicitou no motor de busca, sem ter de abrir vários sites para  cruzar e acrescentar informação. Fica a esperança do Bard reconhecer-me como mulher  cisgénero.  

O ChatGPT é o novo Resumos Europa-América (demasiadas referências a 1999?). A grande  diferença está na atualização: os Maias serão sempre Os Maias. Anos e anos de estudo e a  conclusão é a mesma: a nossa sociedade está destruída, quebrada, sem valores. A questão dos  artigos técnicos é a sua atualização. A cada descoberta, existe um hiato de tempo de  publicações e verificações na net. Portanto, pedir ao chatGPT para escrever um artigo técnico (por exemplo, algo na indústria farmacêutica) carece de verificação por profissionais. Humanos.  

A criatividade foi posta em causa. Não só da escrita, mas também com ilustrações, usando a  aplicação Lensa, por exemplo. Isso significa que já não existem trabalhos para os ilustradores e  designers?  

Se está a ler isto e é mãe ou pai, ou qualquer outra grau de parentesco ou profissão que envolva  muito tempo com crianças (ou voluntariado), fica o desafio de lerem O Cuquedo e responderem a esta pergunta: um sistema de IA seria capaz de criar o Cuquedo?  

 

Será o ChatGPT útil em várias áreas?  

Útil é, de facto, a palavra certa. Sim, até em departamentos de recursos humanos: numa primeira  fase de contacto, se assim os departamentos de RH quiserem, este chatbot inteligente também  pode redigir um e-mail de apresentação da empresa, com um agradecimento ao candidato pelo  seu interesse na vaga em questão e a convidá-lo para a entrevista. A partir daqui, o contacto com  cada candidato e a entrevista serão já uma função dos profissionais de RH, que têm capacidades  como a empatia, por exemplo, que são exclusivas a humanos e não podem ser substituídas por  máquinas – pode-se ler, e bem, na RH Magazine.  

Fonte: RH Portal

É útil, mas nós – humanos – precisamos de saber usar os prompts.  

Prompt é o pedido que fazemos ao ChatGPT. É o que escrevemos, é a nossa solicitação. E  porque são tão importantes? 

  1. A entrega de conteúdo depende daquilo que pedimos.  
  2. É através dos prompts que o ChatGPT aprende e melhora a sua resposta.  

Sim, leu bem, o ChatGPT aprende. À medida que nós, humanos, vamos solicitando informação  ao ChatGPT, vamos também fazendo pedido de cruzamento de dados – no fundo, é esta a  grande vantagem desta ferramenta. Esse pedido de cruzamento de dados obriga o ChatGPT a ir  buscar mais informação às suas bases de dados. Então vai aprendendo. E é aqui que reside o  perigo.  

Fonte: Pixabay

Será o ChatGPT a nova Wikipédia?

Qualquer pessoa pode editar uma página na Wikipédia ou escrever um artigo, sem verificação de  factos. Porquê? Por causa daquela coisa muito importante chamada INTERNET. Tem o ChatGPT  um polígrafo interno? Sendo a resposta positiva, consegue o ChatGPT evitar as fake news?  Consegue o ChatGPT distinguir factos de opiniões? Se não consegue para já, prevê-se que irá  conseguir, porque até isso pode ser treinado. 

Cena do filme “Inside Out”, da Disney

É uma ferramenta poderosa. É o Canva de quem trabalha nas redes sociais e não sabe usar o  Photoshop – não esquecer que o Canva já tem a opção Magic Write, embora com limites de  utilização e bloqueada a contas de ensino: professores e estudantes.  

Comprometemo-nos a usar o ChatGPT com moderação.  

Temo que se torne a próxima Netflix: chegou e é para toda a família, com um bom preço (o ChatGPT é totalmente gratuito… para já). Mas há sempre quem não perceba a lógica da coisa e a palavra-passe foi partilhada com a turma inteira. E como em Portugal existe o provérbio ‘paga o  

justo pelo pecador’, a Netflix decidiu incluir o nosso país na nova regra: a Netflix é para uso  doméstico e tem de ficar associada a uma morada (tantos avós que aprenderam a usar a Netflix  vão agora ficar sem o serviço).  

Teremos nós, um dia, que pagar direitos de autor ao ChatGPT? A Google já afirmou que irá penalizar a entrega de conteúdo, incluindo publicidade, criado inteiramente com o ChatGPT.  Como? Mais inteligência artificial.  

Brincadeiras e brincadeiras à parte, o ChatGPT é, como qualquer outra ferramenta de  inteligência artificial, o futuro.  

Mas o futuro depende desta ferramenta em específico? 

Não.