Miguel Afonso Gonçalves
– Copywriter & Travel Blogger –
Entre Fevereiro e Março deste ano, escrevi dois artigos para o blog da Jelly que convém recordar: um sobre o Instagram, com vários conselhos para gerar engagement e outro sobre o papel que o formato vídeo pode assumir na estratégia de conteúdo das marcas. Meio ano depois, regresso aos mesmos assuntos, para uma análise mais detalhada de duas ferramentas pouco faladas nessas reflexões – IGTV e Reels.
Miguel Afonso Gonçalves
– Copywriter & Travel Blogger –
Entre Fevereiro e Março deste ano, escrevi dois artigos para o blog da Jelly que convém recordar: um sobre o Instagram, com vários conselhos para gerar engagement e outro sobre o papel que o formato vídeo pode assumir na estratégia de conteúdo das marcas. Meio ano depois, regresso aos mesmos assuntos, para uma análise mais detalhada de duas ferramentas pouco faladas nessas reflexões – IGTV e Reels.
É certo que hoje em dia dispomos de muitas plataformas que impulsionam o contacto directo com clientes, fãs, seguidores ou apenas curiosos. Precisamente por esse motivo, é natural que exista uma distribuição da estratégia de conteúdo por diferentes plataformas, alocando o conteúdo àquelas que melhor se adequam – por razões demográficas, características do interface, entre outras.
Ora, o Instagram tem habituado os seus utilizadores a recorrentes inovações, combatendo eventuais ameaças externas à sua relevância. A IGTV e os Reels são dois dos mais recentes exemplos – talvez não tão recentes, mas certamente ainda pouco disseminados.
IGTV: para inspirar
Pela maior longevidade, comecemos pela IGTV – Instagram TV. Como o próprio nome sugere, pense nesta ferramenta como o canal de televisão da sua marca. Ou se preferir, é a transferência do seu canal de Youtube para uma plataforma capaz de servir diferentes propósitos.
Porquê recorrer à IGTV?
- Ao contrário das stories ou dos reels, pode partilhar vídeos de longa duração, até dez ou sessenta minutos, consoante o número de seguidores ou caso a conta esteja “verificada”, i.e. seja a conta oficial.
- A possibilidade de partilha de conteúdo de longa duração diversifica a estratégia de conteúdo nestas plataformas. A humanização da marca torna-se mais tangível, esqueça a informação excessiva neste formato – crie conteúdo que inspire os seus seguidores, o bom storytelling torna-se preponderante!
- Partilhe a história da marca, o quotidiano, entreviste quem diariamente dá vida à sua marca, partilhe testemunhos de clientes, ou grave uma sessão de Q&A com os seus seguidores.
Mas atenção, também há pontos menos positivos!
- Não teço juízos de valor sobre a qualidade do conteúdo que deve ou não partilhar, mas não partilhe vídeos de fraca qualidade técnica. Uma boa edição faz toda a diferença, transparece profissionalismo e no Instagram, à semelhança de qualquer plataforma de comunicação, causar um excelente primeiro impacto é obrigatório. Assim, se não dispõe de conhecimento técnico de edição de vídeo, nem tiver apoio de alguém capaz de o fazer, esqueça a IGTV.
- É inevitável falar do… Youtube, claro. Embora no Instagram possa concentrar mais esforços de comunicação – diversificando a mensagem por diferentes canais/ferramentas – o Youtube continua a ser o “rei” deste formato (e não se prevê que o deixe de ser). Para si, leitor(a) deste artigo, deixo um desafio. Pensando bem, quantos vídeos assistiu do princípio ao fim na IGTV até hoje?
- Vídeos IGTV têm pouca visibilidade ao navegar na app. É necessário entrar no perfil da conta que publicou determinado vídeo para aceder ao conteúdo, excepto quando surge no feed principal – normalmente, só se o conteúdo tenha sido publicado desde a última vez que o utilizador entrou na app.
Ora, que balanço faço da IGTV? Analisando os pontos favoráveis e desfavoráveis diria que este balanço é inconclusivo. Por um lado, não parece ser uma aposta segura e vencedora. Por outro lado, demonstra abrir um novo leque de oportunidades para que cada marca consiga obter melhores resultados de engagement com o seu público-alvo. O rácio custo-benefício aplicado ao caso concreto de cada marca dirá se esta é uma ferramenta prioritária, à qual se devem alocar mais recursos humanos e financeiros.
Reels: para dinamizar
Sendo uma das mais recentes inovações disponibilizadas pelo Instagram, a funcionalidade “Reels” é o “irmão mais novo” da IGTV. Desde logo, os reels também pressupõem que o conteúdo seja em formato vídeo.
Existem diversas razões, pelas quais se devem comparar ambas as funcionalidades – são semelhantes em variados aspectos, mas na prática servem propósitos muito distintos. Vejamos as vantagens e desvantagens desta opção.
Os reels são uma boa aposta porque:
- Permitem a partilha de conteúdo vídeo de consumo rápido. Contrariamente à IGTV, o tempo é muito mais limitado – até um minuto – o que, desde logo, destaca a necessidade de conseguir transmitir a mensagem num tempo mais curto. No entanto, tendem a gerar maior engagement e em média, têm taxas de playthrough mais elevadas – a Influencer Marketing Hub (uma plataforma de gestão de influenciadores) apresenta algumas estatísticas que revelam a capacidade desta ferramenta (https://influencermarketinghub.com/instagram-reels-stats/).
- Seguem o conceito e formato do Tik Tok – aproveitando a tendência em termos de consumo de conteúdo por parte do público.
- Short-form vídeo tem tendência a tornar-se viral com mais facilidade do que imagem estática ou long-form vídeo – precisamente por ser de consumo/partilha rápida.
- Contrariamente às stories, ficam disponíveis permanentemente – ou pelo menos enquanto o criador do conteúdo pretender.
- Abrange uma audiência mais vasta do que qualquer outro tipo de publicação no Instagram. Gozam de um mecanismo de “pesquisa” própria, alavancada pelos algoritmos da plataforma. Por outras palavras, chegam a um público que não precisa de seguir a página que publicou o conteúdo!
E que aspectos são menos favoráveis aos reels?
Na verdade, a maior ameaça ao sucesso desta ferramenta não é o concorrente de peso, Tik Tok, mas sim a qualidade técnica e criativa dos vídeos. Porquê? Estudos indicam que o público que está presente no Instagram é substancialmente diferente daquele que utiliza activamente o Tik Tok. Vejamos, por isso, como pode utilizar os reels na estratégia de conteúdo e presença online da sua marca.
- Crie conteúdo educacional. Imagine que uma marca de automóveis publicava um vídeo cujo título seria “5 Formas de Consumir Menos Combustível”. Ponha o braço no ar quem, garantidamente, assistiria! Levantou o braço? Eu também! Não só assistiria, como provavelmente partilharia com família e amigos. Melhor, lembrar-me-ia que a marca X partilha com frequência dicas úteis e importantes. Isto claro, se não passasse efectivamente a seguir a marca na plataforma!
- Utilize o short format vídeo como teasers promocionais de produtos em promoção ou a lançar brevemente. Crie buzz mediático com os seus produtos de forma criativa e original. Desperte a curiosidade da audiência.
- Lance desafios à audiência – crie uma tendência, ou aproveite algo que já é uma tendência e crie o desafio! Atenção, se está a pensar em fazer o pino, meia pirueta e terminar com o moonwalk, ninguém está a dizer para arranjar uma coreografia que meio mundo vai querer dançar. Tomemos como exemplo uma marca X cujo produto são bolachas. Tema do momento: a série Squid Game! [Spoiler Alert: Salte a frase seguinte se ainda não viu a série e pretende ver] Porque não desafiar a audiência a jogar com o seu produto, relembrando uma famosa cena da popular série?
Short-form vídeo: o vencedor
A luta pela atenção do consumidor é feroz e as marcas debatem-se com este paradigma diariamente. Assim como referi em Fevereiro, o vídeo é a fórmula de comunicação que parece, até ao momento, conquistar mais segundos, minutos, horas dessa atenção. E são plataformas como o Instagram, o Tik Tok, o Youtube que ditam as tendências.
Neste momento, essa tendência é inequívoca: short-form vídeo (o Youtube lançou também recentemente a Youtube Shorts, de forma a competir com as marcas rivais neste segmento). Segundo dados partilhados num artigo da Vimeo, uma das principais plataformas de conteúdo vídeo online, até a duração ideal de cada vídeo IGTV deve ser de 2 a 5 minutos, recaindo nesta categoria de short-form vídeo (https://vimeo.com/blog/post/social-media-video-lengths/).
No caso do Instagram, os reels já provaram ser capazes de gerar taxas de interação muito elevadas e atrair e conquistar novas audiências. Se não experimentou, comece a investigar. Aprenda. Conheça o seu público. Adapte a mensagem. O futuro já chegou (e veio para ficar)!