Gabriela Polidoro Lima
– UX Designer & Content Writer –
Em tempos de Inteligência Artificial a bombar, a equipa da Google parece estar a trabalhar com força máxima para criar a melhor solução para as ferramentas de pesquisa.
Uma recente matéria do jornal americano New York Times divulgou que os utilizadores poderão interagir com uma versão totalmente nova em comparação à atual ferramenta de pesquisa oferecida. Essa nova solução prevê uma interface mais ágil e eficiente, mais próxima a um chat de conversa do que de uma página de pesquisa.
Gabriela Polidoro Lima
– UX Designer & Content Writer –
Em tempos de Inteligência Artificial a bombar, a equipa da Google parece estar a trabalhar com força máxima para criar a melhor solução para as ferramentas de pesquisa.
Uma recente matéria do jornal americano New York Times divulgou que os utilizadores poderão interagir com uma versão totalmente nova em comparação à atual ferramenta de pesquisa oferecida. Essa nova solução prevê uma interface mais ágil e eficiente, mais próxima a um chat de conversa do que de uma página de pesquisa.
O start para essa corrida desenfreada pela ferramenta ideal parece ter sido a mudança anunciada pela sul-coreana Samsung que optou por substituir o navegador padrão de seus telemóveis. O que antes era o Google, agora passa a ser o Bing, da Microsoft.
Se foi essa a razão principal para a Google impulsionar as suas pesquisas em IA não se sabe, o que está a ser divulgado é que o projeto denominado “Magi” já iniciou o seu desenvolvimento em modo “sprint”. Acredita-se que cerca de 160 pessoas – executivos, designers e engenheiros – estejam a trabalhar em tempo integral num formato de pesquisa totalmente novo para uma das páginas mais populares do mundo.
Fonte: Search Engine Roundtable
Ainda na matéria do New York Time, a porta-voz do Google Lara Levin declarou:
“Temos trazido IA para a Pesquisa do Google há anos, não apenas para melhorar drasticamente a qualidade de nossos resultados, mas também para introduzir maneiras totalmente novas de pesquisar, como Lens e multipesquisa, feito de maneira responsável e prestativa que mantém o alto padrão que definimos para fornecer informações de qualidade. Nem todo o brainstorm ou ideia de produto leva a um lançamento, mas, como dissemos antes, estamos entusiasmados em trazer novos recursos baseados em IA para a Pesquisa e compartilharemos mais detalhes em breve.”
Atualmente, a empresa domina o mercado de plataformas de pesquisa, com 90% de share, seguida pelo Bing, da Microsoft que apontou um aumento de 25% nas visitas mensais devido à integração com o ChatGPT e GPT-4, que possibilita uma pesquisa aprimorada às solicitações dos usuários com mais eficiência nos resultados.
Projeto Magi – mais Chat, menos pesquisa
A tradicional forma de digitar uma palavra, frase ou pergunta e receber uma lista de 10 possíveis sites onde se pode encontrar o que quer pode estar a acabar. A nova tecnologia terá o formato mais próximo de uma conversa por chat, ou seja, por compreender a linguagem natural e o contexto, as respostas serão instantâneas e semelhantes às respostas humanas.
O novo mecanismo de pesquisa com inteligência artificial visa fornecer aos usuários uma maneira mais natural e intuitiva de pesquisar na web. Ele foi projetado para aprender com o comportamento e as preferências dos usuários e oferecer opções pré-selecionadas para informações, transações e muito mais.
A exemplo do que já é possível ao utilizar a Alexa, por exemplo, a nova forma de pesquisa da Google promete uma experiência muito mais próxima e personalizada onde a ferramenta aprende com as conversas trocadas anteriormente e com outras interações e, dessa forma, oferece uma interface mais inteligente e customizada de acordo com o perfil do utilizador.
Além disso, as respostas também serão mais direcionadas e com maior margem de acerto. Por exemplo, se o utilizador pesquisa com frequência notícias sobre desportos ou política, a ferramenta mostrará mais artigos e vídeos de suas fontes ou perspectivas favoritas. Ele também poderá dizer o que gosta ou não e o que deseja ver mais ou menos e a plataforma se adaptará às preferências e evoluirá conforme a interação aumenta.
Fonte: Neil Patel
Enquanto esperamos por Magi
Para aqueles que já aguardam ansiosamente essa nova forma ferramenta, vale dizer que as pesquisas ainda estão em estágio inicial, sem cronograma ou previsão de lançamento. Enquanto isso, de acordo com um relatório divulgado pela própria marca, mesmo antes do lançamento oficial desse projeto, algumas novas ferramentas de IA já serão incorporadas à experiência de pesquisa atual durante o mês de maio, com novas versões incorporadas até o final de 2023. Inicialmente, essas ferramentas serão disponibilizadas apenas para um milhão de usuários, exclusivamente nos Estados Unidos, com implementação progressiva até 30 milhões, antes do final deste ano.
Enquanto o projeto Magi não é lançado oficialmente, a Google também está desenvolvendo uma série de outras ferramentas de IA:
– Tecnologia de mapeamento do Google Earth com ajuda de IA;
– Pesquisa de música por meio de uma conversa com um chatbot;
– Gerador de imagens IA nos resultados do Google Image, chamado GIFI;
– O Tivoli Tutor vai ensinar aos usuários um novo idioma por meio de conversas de texto IA abertas;
– O recurso chamado Searchalong vai permitir que os usuários perguntem a um chatbot enquanto navegam na web por meio do Google Chrome, semelhante à barra lateral Bing AI da Microsoft para seu navegador Edge.
Além disso, a empresa prevê projetos de pesquisa baseados em IA a serem incorporados ao Google Maps, Chrome, Android e outras plataformas.
Se esse ambicioso projeto impulsionar a Google a voltar com força e reafirmar sua posição como líder em sites de pesquisa, isso pode mudar o cenário do jogo para estabelecer quem vence a corrida pela Inteligência Artificial. De acordo com Jim Lecinski, vice-presidente de vendas e serviços, como atual líder em pesquisas, a empresa tem trabalhado para garantir que seja ela a grande vencedora.
Transações sem mudar de página
Outra grande alteração prevista, além do novo formato de pesquisa, é a possibilidade de realizar transações no próprio site da Google. Isso significa que não será mais necessário clicar num link e ser direcionado para outro site para a compra de um produto, a transação poderá ser feita diretamente no site, com apenas um clique.
Além de rápida e fácil, as transações poderão ser personalizadas, assim como o sistema de pesquisa. Na compra de uma sapatilha, por exemplo, além de ver as opções de produto, poderá também ver as cores disponíveis, os tamanhos e até se aquela opção é adequada para o seu formato de pé, ou ainda entender as diferenças entre as marcas e as suas bases originais.
Agregado a isso, o Google Pay, modelo de pagamento incorporado à Google já utilizado, pode ser integrado a esse recurso perfeitamente.
Fonte: Search Engine Land
Essa possibilidade pode ser vista como uma enorme oportunidade para as marcas, num ponto de vista de Marketing e Business, isso porque, quando se fala de experiência de compra numa página de e-commerce, a intenção é sempre oferecer uma jornada fluída e fácil, com o menor atrito possível, como incentivo à compra. E isso requer menos pulos de página em página, menos cliques e menos ruído visual.
A contar com a possibilidade de compra diretamente na página do Google, com apenas um clique, os números de conversão online das marcas pode sofrer uma transformação gigante e impulsionar fortemente as suas receitas.
Bom para a Google, bom para as marcas
O possível formato de compra diretamente na página de pesquisa não será benéfico só para as marcas, o Google é um negócio e também deve se preocupar em como sobreviver. Atualmente, os anúncios representam 58% de seu fluxo de receita e eles funcionam com base no custo por clique (CPC), ou seja, quanto mais um anúncio é acedido pelos utilizadores, mais as marcas ganham. Isso faz com que as campanhas tenham seu sucesso medido pelo número de cliques e não pelo número de conversões.
Num futuro liderado pela Inteligência Artificial, espera-se que a Google altere esse formato para custo por aquisição para fazer com que a experiência do utilizador seja muito melhor e o processo mais fácil.
Além disso, prevê-se que com o Projeto Magi o tráfego também se torne mais relevante, o que significa que os produtos oferecidos para cada público seja mais direcionado e interessante, com uma maior possibilidade de conversão. Assim, ganham as marcas, e ganha também a Google.
Projeto Magi x Chat GPT x Bing
Desde o lançamento e a rápida ascensão da popularidade do Chat GPT, muitas questões têm sido levantadas sobre os mecanismos de pesquisa existentes e sua vida útil. Uma coisa é fato: o Google está a trabalhar em novidades no que se trata de Inteligência Artificial motivado pelo crescimento do Chat GPT e também do moto de pesquisa Bing, da Microsoft.
Não é de hoje que especulações sobre a possível substituição de sites de pesquisa estão a aparecer nas mídias e o resultado tem sido essa procura desenfreada por inovação e uma possível concorrência de qual será a melhor ferramenta que, vai, por fim, ser escolhida como a preferida, quando se trata de pesquisas online.
Nesse cenário de especulações e informações por todo o lado é difícil prever com exatidão qual o impacto do lançamento do Projeto Magi pois há inúmeras variáveis a serem analisadas que podem impactar no seu desempenho. Uma delas é a adesão dos utilizadores. Não há como saber se o público vai aderir a nova plataforma da Google, principalmente com a crescente popularidade do Chat GPT. Essa popularidade está a crescer pois tanto o Chat GPT quanto o Bing AI apresentam uma forte capacidade de responder a consultas complexas, gerar códigos, escrever conteúdos de forma imediata e até fazer piadas. Não é à toa que a Google parece estar preocupada e a trabalhar incansavelmente numa nova solução para concorrer com isso.
Fonte: Lifars
Outro ponto a ser considerado é a disponibilidade de recursos de cada plataforma pois, enquanto o Bing AI se assemelha mais ao mecanismo de pesquisa atual do Google, o Chat GPT se assemelha mais a uma conversa com amigos e, o que se sabe, é que é exatamente nesse caminho que a Google está a trabalhar no Projeto Magi: oferecer uma experiência de pesquisa mais abrangente e personalizada.
A popularidade e dominância do mercado atual pela Google também é outro ponto importante que pode oferecer vantagem nessa disputa. Além de já ter 90% do share desse mercado, a sua presença em dispositivos móveis, alto-falantes inteligentes, navegadores, e-mail, computação em nuvem e outros serviços é maciça e o Projeto Magi será abastecido por essa extensa base de dados e conhecimento, o que vai permitir acesso à respostas mais precisas e confiáveis.
No entanto, há que se prever alguns desafios e limitações que só poderão ser identificados quando o projeto estiver a funcionar no mundo real. Questões técnicas e éticas poderão prejudicar o desempenho e até atrasar o lançamento do Magi. Além disso, não podemos esperar que o Bing e o Chat GPT fiquem a assistir esse avanço da Google com os braços cruzados, ambas as ferramentas também podem evoluir nesse tempo e tornar essa disputa ainda mais interessante.
Qual plataforma vai vencer essa competição? Qual o seu palpite?